Simone Queirós
Radares de Guarujá flagram, em média, seis motoristas infratores por hora nas vias do Município. São, ao todo, 155 multas por dia em 25 equipamentos fixos e um móvel, que circula por nove pontos da Cidade.
Desde que passaram a funcionar novamente depois de quase dois anos parados, em 17 de dezembro de 2010, eles foram responsáveis por 76.881 autuações até 24 de abril deste ano – portanto em 495 dias.
O levantamento foi feito por A Tribuna com base no relatório de autuações da Diretoria de Trânsito e Transporte Público de Guarujá (Ditran), disponibilizado pela Prefeitura a pedido da reportagem.
A média de multas diárias, hoje, é 15% maior que há um ano, quando 135 flagrantes eram feitos por dia. Na época, entretanto, havia 22 equipamentos e alguns deles só tinham começado a funcionar há pouco tempo.
A Avenida Lídio Martins Corrêa, próximo da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, continua sendo a campeã de autuações na Cidade. Ao todo 7.064 motoristas não respeitaram os 50 km/h permitidos na via desde a implantação dos radares. A média é de 13 flagrantes por dia.
Já o semáforo da Avenida Deputado Emílio Carlos com a Quinto Bertoldi, em frente ao Hospital Santo Amaro, foi responsável pela segunda colocação no ranking: 6.291 infrações. Em terceiro, a Avenida Puglisi com a Rua Buenos Aires, sentido Centro/Bairro, onde 6.180 apressadinhos avançaram o sinal vermelho.
Concentração
O que se nota pelo levantamento é o grande número de multas registradas pelo radar móvel. Ele flagrou em nove vias da Cidade 15.225 infrações, o equivalente a 20% do total. “Quando há radar fixo, as pessoas costumam reduzir a velocidade, mas não respeitam o limite da via. Por isso, como não estão acostumadas com os móveis, elas acabam abusando mais”, afirma a diretora da Ditran, Quetlin Scalioni.
Segundo ela, embora todos os equipamentos sejam sinalizados, a Resolução 396 do Contran, de 13 de dezembro do ano passado, desobriga esse aviso.
Além disso, segundo ela, o radar móvel é colocado, em determinados dias e horários, em vias onde antes havia radares fixos. “São locais de fluxo intenso e rápido, onde há acidentes e a própria população costuma sofrer para atravessar a rua”.
É o caso, por exemplo, da Alameda das Margaridas, no Bairro Santo Antônio. Mesmo sendo colocado esporadicamente e em horários alternados, o equipamento flagrou ali 4.949 infrações – o 5º maior número desde o início da implantação dos radares.
Segundo Quetlin, está sendo estudada pela Ditran a colocação de um semáforo ou mesmo um radar fixo naquele ponto.
O mesmo pode acontecer com as vias Dom Pedro e Santos Dumont, onde o radar móvel também é frequentemente colocado. A Estrada de Pernambuco, recapeada recentemente, também pode ganhar um radar fixo. “Estamos estudando remanejar o equipamento de algum local para lá”.
Independentemente disso, o respeito pelas regras de trânsito parece estar longe de se concretizar. Segundo Quetlin, um estudo nacional mostra que apenas 10% das infrações cometidas no trânsito são autuadas.
A média de multas diárias, hoje, é 15% maior que há um ano
Restrição
Segundo a diretora, o contrato atual não permite que a Prefeitura implante novos radares fixos, por isso a Administração trabalha com os móveis. Os equipamentos que foram instalados nas saídas do Túnel Juscelino Kubitschek, na Vila Zilda e Enseada, substituíram lombadas que haviam nestes pontos. “Neste caso foi um pedido por causa da criminalidade no local”.
Mas, segundo ela, é uma questão que pode ser revertida. “É um impedimento contratual e se for o caso podemos fazer um aditamento, talvez”.
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